quinta-feira, 30 de setembro de 2010

JONATHAN FRANZEN POP

Na imagem: Michael Chabon, Jonathan Franzen, Tom Wolfe e Gore Vidal nos Simpsons.

Depois da famigerada capa da Time, Jonathan Franzen continua sendo um dos assuntos mais comentados no mundo literário anglo-saxônico. Há uma série de razões para o falatório: Oprah Winfrey selecionou o livro para o seu famoso book club; na semana passada "Freedom" foi publicado na Inglaterra com direito a entrevista do autor para o Guardian e resenha do livro no Telegraph - aliás, achei a capa da edição inglesa bem mais bonita; por uma ou duas semanas "Freedom" chegou a desbancar o fenômeno Stieg Larsson na lista de e-books mais vendidos do Kindle na categoria ficção; etc.

Tamanha repercussão não podia deixar de ser acompanhada por brincadeiras e ironias. Achei bem interessante a paródia feita pelos editores da revista The Stranger em conjunto com o escritor Tao Lin. Eles fizeram uma perfeita reprodução da Time, começando pela capa com a mesma borda vermelha, o mesmo ângulo para a foto do escritor e a mesma chamada: "O maior romancista americano", nesse caso Tao Lin. O artigo escrito por Tao Lin falando dele mesmo continua com a mesma ideia reproduzindo linha por linha o texto escrito pelo jornalista Lev Grossman para a Time, mas invertendo seus sentidos.

O assunto também virou uma série de quadrinhos chamada "Imperador Franzen", fazendo referência a série Star Wars, tendo Franzen no papel do temido vilão Darth Vader e colocando os escritores Jonathan Sanfran Foer e Gary Shteyngart na ação. Se não me engano existe até um perfil no twitter com o nome de "emperor franzen".

Me parece que essas movimentações não visam um ataque direto a Jonathan Franzen e a qualidade de sua obra. Pelo contrário, Franzen é mesmo uma unanimidade nesse quesito. Todas essas críticas, na verdade, acompanham o período de transição pelo qual passa a literatura norte-americana. Os novos escritores não são americanos no sentido estreito do termo, alguns nasceram fora dos Estados Unidos, tem formação multicultural, visão de mundo diferente: há negros, orientais, latinos e muitas mulheres. A bronca dos americanos é justamente não ter na sua grande mídia mais espaço e variedade capaz de abarcar todas essas diferenças.

*imagem: reprodução.
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