sexta-feira, 8 de abril de 2011

DOIS ITENS PARA PENSAR NO FINAL DE SEMANA


O blog do Instituto Moreira Salles tem uma seção bem interessante chamada "Desentendimento". Nela dois convidados debatem opiniões diferentes sobre um assunto comum. Na seção desse mês Beatriz Rezende e Alcir Pécora falaram sobre a literatura brasileira contemporânea com mediação de Paulo Roberto Pires. Salvo uma perda de foco na discussão aqui e ali, o vídeo serve como um painel em menor escala de dilemas que a gente vira e mexe enfrenta na vida, nas conversas de botequim e nos congressos acadêmicos. Recomendo ver inteiro - aqui.

Assistindo ao vídeo a gente tem a impressão de que não existe salvação para aqueles que gostariam de se tornar escritores ou críticos literários. A crise que atinge as artes contemporâneas parece tão real que chega a nos imobilizar. No entanto, não podemos ser tão apocalípticos assim! Há boa literatura no mundo e há boa literatura no Brasil.

Me parece que o debate acerta em cheio quando diz que a própria academia está matando a literatura, que a crítica se encontra fora do eixo e que não temos público leitor - conclusões não tão inéditas, mas comentadas com conhecimento de causa.

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Do outro lado e num outro momento, Antônio Xerxenesky escreveu um texto que resume bem a cobrança imposta aos escritores nacionais: "ser "o novo Guimarães Rosa", "a nova Clarice Lispector", mais do que produzir uma ficção fantástica despretensiosa e divertida". Tenho cá pra mim que mesmo que esse sujeito apareça, vamos sempre querer mais. Uma perseguição parecida acontece em outras áreas: queremos ganhar o Oscar, o Prêmio Nobel etc.

Mais do que Guimarães Rosa e Clarice Lispector, a gente precisa romper com essa fixação para colocar a academia nos eixos e criar melhores condições para que novos leitores apareçam no pedaço.

Questões para a gente pensar no final de semana.

*imagem: reprodução.
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