sábado, 5 de maio de 2012

GRANTA: COLÔMBIA, ITÁLIA, MÉXICO E BRASIL


Por mais trinta anos a revista Granta conquistou prestígio publicando (quase exclusivamente) autores do mundo anglo-americano, mas parece que a revista está abrindo suas portas para a literatura feita no restante do mundo. Tem sido assim desde que John Freeman assumiu o cargo de editor, em 2009. Para manter a revista relevante diante da internet, das tecnologias digitais e do encolhimento monstruoso dos cadernos culturais.

Freeman investiu em coisas audaciosas que somente uma revista como a Granta pode fazer: promovendo misturas, subvertendo a lógica do mercado de livros e "colocando os escritores em lugares inesperados, onde eles podem criar sua própria comunidade de leitores" - para citar as palavras do próprio Freeman. Some a isso tudo olhar para a literatura produzida fora do eixo anglo-americano. Assim, a Granta ganhou uma versão em português, espanhol e italiano - não esqueçam que houve um número recente dedicado ao Paquistão; Freeman também viajou para China de olho na literatura daquele país.

O investimento nessas edições ao redor do mundo tem sido realmente audaciosos. No ano passado a versão em espanhol lançou uma edição bem sucedida dos "melhores jovens autores em língua espanhola". Os selecionados foram traduzidos para o inglês, rodaram o mundo e divulgaram a literatura de seus países.



Durante a Feira do Livro de Bogotá, os editores da versão espanhola anunciaram que o próximo número será dedicado a ficção colombiana - “Colombia, sus armas ocultas” com textos de Tomás González, Evelio Rosero, Fanny Buitrago, Juan David Correa, Carolina Sanín, Power Paola (uma desenhista incrível), Andrés Felipe Solano (ele esteve na seleção da Granta de melhores jovens escritores), Nayla Chenade, Ricardo Cano, entre outros. A literatura do México também vai ganhar um número especial no ano que vem.

Na próxima segunda-feira, John Freeman estará na Itália para anunciar um número com os melhores jovens escritores italianos (serão 15, se não estou enganado). Vai chamar "Che cosa si scrive quando si scrive in Italia" - Do que escrevo quando escrevo na Itália, em tradução livre.

ATUALIZAÇÃO: divulgaram a capa da terceira edição da Granta Itália (acima). O número inclui textos de Luciano Funetta, Chiara Marchetti, Roberto Risso, Piergianni Curti, Danilo Deninotti, Francesca Mazia Esposito, Martino Pietropoli, Michele Di Palma, Mari Accardi, Leonardo Staglianò, Stefania Bruno, Laura Taffanello, Nicola Ingenito, Angelo Lippolis, Ferdinando Morgana, Domiano Zerneri.

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A Granta brasileira prometeu lançar na próxima FLIP a mesma seleção de jovens autores. Ancelmo Gois, do jornal O Globo, disse que a decisão foi tomada mês passado num hotel em Ipanema - o júri levou quatro horas discutindo e selecionando alguns entre os 247 textos inscritos. O anúncio está cercado de expectativa, afinal a projeção dos selecionados será enorme - como não me canso de repetir, o Brasil será o país convidado da Feira de Frankfurt, em 2013; também somos a bola da vez economicamente falando.

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Depois volto comentando minhas apostas para esse número.

*Imagem: capa da edição colombiana - reprodução.

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