quarta-feira, 29 de maio de 2013

WILLIAM FAULKNER PARA AS PISTAS DE DANÇA


Ao contrário do que muita gente pode imaginar a literatura nunca foi restrita ao mundo da academia e seus iniciados. Quantos filmes, programas de TV, jogos de tabuleiro, videogames e bandas de rock and roll já não foram influenciados pelas histórias impressas nas páginas de um livro? Não deixo de fora os experimentos linguísticos que também tem seu espaço reservado na cultura pop, vide o caso de Thomas Pynchon, Jack Kerouac, José Agrippino de Paula, J.G. Ballard, Raymond Queneau, Anthony Burgess etc. Portanto, não causa nenhum espanto a notícia dos romances chegando ao universo da dance music. Além de dançar ou fazer dançar, os djs também estudam literatura (e falam nisso o tempo todo).

Estou tomando como exemplo dessa tendência o músico e produtor Nicolas Jaar que esteve em São Paulo na semana passada como convidado da festa de 13 anos do clube D_Edge. Suas composições quase minimalistas passeiam livremente entre a house music, o tecno, o hip hop, o jazz e as canções pop e resultam numa mistura muito original de gêneros musicais. Dizem que Cat Power, cantora indie, e Scout LaRue, filha dos casal Bruce Willis e Demi Morre, ficaram encantadas pela música do rapaz. Ele tem fama de arrastar uma multidão de fãs do sexo feminino por onde passa.

Fora das pistas, Nicolas estuda Literatura Comparada na Universidade de Brown e sua tese de conclusão de curso será um tanto 'pretensiosa': vai tecer relações entre o romance Absalão, Absalão!, de William Faulkner, textos de Sigmund Freud, Jacques Derrida e Hayden White. Numa das tantas entrevistas, ele disse que o romance de Faulkner lembrava as composições musicais de Ricardo Villalobos (produtor e dj de tecno) pela maneira como a forma interfere no conteúdo - existem repetições, recorrência de temas, mudanças bruscas de tempo e sua experiência de expansão ao infinito, alternância de foco narrativo etc. Ou seja, a forma se dobra sobre o conteúdo e importa mais a maneira como se conta do que aquilo que se conta propriamente (estou simplificando as coisas porque o romance de Faulkner é incapaz de ser reduzido a meros detalhes, pois nele cabem muitos observações e interpretações; é importante dizer que para além da forma, o livro também conta uma história que tem recorrência com histórias que estão na bíblia).

Para dar conta de escrever a tese, Nicolas carrega livros na mala e só faz viagens internacionais quando está com tempo livre na Universidade. Ele considera que seu trabalho com música ficará cada vez melhor se continuar estudando. Tomara que ele não largue a literatura nunca mais!

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Aos interessados em Absalão, Absalão! vale um aviso. O romance está fora de catálogo e disponível apenas em sebos. A última edição saiu pela Nova Fronteira, em 1981 com tradução de Sônia Régis. Virou um artigo raro e pode custar mais de R$ 200,00 dependendo do lugar em que você vai comprar.

Em 2010, a Cosac Naify anunciou que estava trabalhando numa nova edição com tradução de Celso Mauro Paciornik. Ainda não saiu e não pintou nas especulações sobre lançamentos de 2013. Vamos acompanhar.

Um trechinho dessa tradução saiu na revista Cult.

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Enquanto isso, a editora Benvirá está relançando os romances não tão conhecidos do autor. Algo comparado ao Lado B, de Faulkner - estou dizendo sem o menor juízo de valor. Já saíram O intruso (com tradução de Leonardo Fróes), Lance mortal, Os invictos e a Triologia Snopes - A mansão, O povoado e A cidade (todos com tradução de Wladir Dupont).

*Imagem: Samantha Casolari para Port-Magazine/www.port-magazine.com
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sexta-feira, 24 de maio de 2013

LIVROS PARA EMPRESTAR E VENDER EM SP




A chegada dos livros na era digital deixou todo meio mundo perdido e iniciou um processo de crise quanto ao futuro dos autores, das editoras, das livrarias e das bibliotecas. Que fim a história nos reserva? Parece que no meio desse furacão o mercado editorial brasileiro vai bem e nossas livrarias e bibliotecas - apesar de tímidas em relação a nossa população total - resistem bravamente.

Embuído desse espírito o Guia da Folha trouxe um roteirão com livrarias, bibliotecas, sebos e espaços de leitura da cidade. Pode parecer espantoso para algumas pessoas, mas os paulistanos adoram dar uma passadinha entre as estantes desses lugares. Uma pena que o hábito não reflita um aumento na média de leitura dos brasileiros com 4 livros por ano - sendo 2,1 inteiros e 2,0 em partes. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a região Sudeste mantém essa média de 4 livros/ano e ficou atrás das regiões Nordeste com 4,3 livros/ano, Centro-Oeste e Sul ambas com 4,2 livros/ano cada. Só ganhamos da região Norte que ficou em último lugar com 2,7 livros/ano.

A reportagem completa está aqui - disponível somente para assinantes da Folha ou do portal UOL. Vou destacar os lugares escolhidos por Manuel da Costa Pinto, Fabrício Corsaletti e Vanessa Bárbara. Quem sabe todo mundo não se encontre por lá: 

Biblioteca de São Paulo
Parque da Juventude - av. Cruzeiro do Sul, 2.630

Livraria Zaccara
R. Cardoso de Almeida, 1.356

Livraria Cultura 
Conjunto Nacional - av. Paulista, 2.073

Biblioteca Mário de Andrade
R. da Consolação, 94

Sebo Chama de uma Vela
Galeria Ouro Velho - r. Augusta, 1.371, lj. 102

Livraria da Mercearia São Pedro
Rua Rodesia, 34

Livraria Sebo Cultural
R. Dr. Vila Nova, 321

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Em 2014, nós vamos invadir as praias hermanas.

O crescente interesse dos estrangeiros pela literatura brasileira também levou São Paulo a ser escolhida como a cidade convidada de honra da próxima edição da Feira do Livro de Buenos Aires. Teve até uma reportagem no jornal La Nacion destacando os principais autores da literatura 'paulistana' - alguns não são paulistanos de registro, mas adotaram a cidade: Bernardo Carvalho, Luiz Ruffato, Marcelino Freire, Joca Reiners Terron.

Por enquanto, o que li nos jornais é que alguns prováveis autores tidos como presença garantida na Feira são Ferréz, Arnaldo Antunes, Nuno Ramos e Lourenço Mutarelli. Vamos aguardar.

Seja como for, anote na agenda. Antes da Copa do Mundo de Futebol, passe em Buenos Aires.

*Imagem: Rafael R.
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quarta-feira, 22 de maio de 2013

LYDIA DAVIS VENCE O MAN BOOKER PRIZE INTERNACIONAL



A cada dois anos, a organização do Man Booker Prize realiza uma premiação destinada a autores fora do Reino Unido que publicaram livros que foram traduzidos para o inglês ou publicados originalmente nesta língua. Pois bem, a escritora Lydia Davis acaba de ser anunciada como a ganhadora do prêmio nesse ano. Ela concorria com Marie NDiaye, Vladimir Sorokin, Marilynne Robinson, entre outros.

Davis é conhecida pela concisão e experimentalismo dos seus textos de ficção - os mais curtos tem uma linha e os mais longos apenas três páginas; a forma ora lembra poemas, ora aforismos, ora fábulas, ora contos nem tão tradicionais. Tipo de coisa que demanda muito controle do texto e um trabalho de carpintaria para cortar palavras aqui, acolá. Lembrou daquela frase: "menos é mais". Davis criar universos inteiros com poquíssimas palavras.

Seu único livro publicado no Brasil é Tipos de perturbação que saiu no mês passado pela Companhia das Letras com tradução de Branca Vianna. Reúne 57 narrativas breves. Tem um trecho do livro disponível para leitura aqui. Vale a pena conferir!

No momento ela está preparando um novo livro que será publicado nos Estados Unidos em 2014 com o título de Can't and Won't.

O prêmio vai dar mais brilho a passagem de Lydia Davis pelo Brasil. Ela é uma das autoras confirmadas para a próxima FLIP que deve anunciar sua programação completa amanhã.


*Imagem: reprodução Google.
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sexta-feira, 17 de maio de 2013

NOTAS #43



A invasão dos hermanos
Nessa semana a editora Rocco lança os primeiros títulos da coleção "Otra Língua" dedicada somente a autores hispano-americanos que embora sejam celebrados pela crítica e tenham uma obra robusta ainda permanecem pouco conhecidos no Brasil - com algumas exceções. A organização ficou nas mãos de Joca Reiners Terron que chamou uma turma bacana para cuidar das traduções e apresentações dos autores. Os dois primeiros livros são Asco, de Horacio Castellanos Moya - com tradução de Antônio Xerxenesky e apresentação de Adriana Lunardi - e Deixa Comigo, de Mario Levrero - com tradução e apresentação do próprio Joca; como bônus, o livro tem uma autoentrevista de Levrero). Logo mais deve sair Como me tornei freira, de César Aira - com tradução de Angélica Freitas e apresentação de Sérgio Sant'Anna - e Os Lemmings e outros, de Fabián Casas - com tradução de Joca Wolff e apresentação de Carlito Azevedo.

A coleção deve ter ainda livros de Roberto Arlt, Guadalupe Nettel - com tradução de Ronaldo Bressane e apresentação de Juan Pablo Villalobos - e outros.

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Não custa lembrar que César Aira é um dos autores confirmados para a próxima Bienal do Livro do RJ que acontece em agosto.

Enquanto esperamos
Estava nos planos da editora Intrínseca lançar a tradução do romance The Art of Fielding, de Chad Harbach no primeiro semestre de 2012. O cronograma mudou e acabou ficando para esse ano. Sei de gente que está muito ansiosa pelo lançamento - afinal, o livro foi muito comentado por jornais, revistas e blogs graças a um forte esquema de marketing montado pela editora do autor, o que garantiu uma boa temporada de vendas nos Estados Unidos e o tornou um símbolo de recuperação da crise econômica que estava instalada no mercado editorial daquele país (quem conta essa história é Paulo Roberto Pires num artigo fantástico para o caderno Ilustríssima, da Folha de SP).

A boa notícia é que The Art of Fielding ganhou uma tradução portuguesa e espanhola - para quem não quer esperar muito ou já não recorreu ao original, em inglês. Em Portugal, saiu em 2012 pela editora Civilização com o simpático título de A arte de viver à defesa. A edição espanhola está mais fresquinha, acaba de sair pela editora Salamandra e recebeu o título de El arte de la defensa - tal qual a tradução portuguesa.

No Brasil, a tradução foi feita por Alexandre Barbosa de Souza e o título deverá ser A arte do jogo.

Eu tuíto, tu tuítas
Depois de John Wray, Jennifer Egan e John Wray chegou a vez do diretor de cinema Steven Soderbergh experimentar o twitter para escrever uma... novela. Chama-se Glue, parece que é uma história de suspense. Não tem nenhum rigor formal, mistura textos com imagens e até o momento tem dezoito capítulos. Detalhe, a conta tem 11.239 seguidores. O último filme de Soderbergh, Terapia de risco, entra em cartaz no Brasil nessa sexta.

A chegada dos forasteiros
Apesar de ter nascido no Canadá, o escritor Patrick deWitt mudou para os Estados Unidos e depois de algumas andanças foi morar no estado do Oregon. Parece que suas andanças em terras do Velho Oeste lhe renderam uma bela história para o aclamado romance Os irmãos Sister que acaba de ser lançado no Brasil pela editora Planeta com tradução de Marcelo Barbão. O livro foi bastante premiado pela crítica literária canadense, entrou em diversas listas de melhores do ano, chegou a finalista do Man Booker Prize, em 2011, e por muito pouco não ganhou o Tournament of Books do ano passado - na final, perdeu para Cidade aberta, de Teju Cole. A história está ambientada na Califórnia na época da corrida pelo ouro e tem os irmãos Charlie e Eli Sisters como protagonistas. Eles foram contratados para matar um homem chamado Hermann K. Warm, só que no percurso as coisas se complicam um pouco e tudo começa a dar errado. 

Para matar a curiosidade tem um trecho do romance aqui.

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Outro livro que fez sucesso no Tournament of Books em 2011 e acaba de sair pela editora Leya é A peculiar tristeza guardada num bolo de limão, de Aimee Bender. Perdeu o torneio no zombie round (espécie segunda rodada da semi-final) para A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan - livro que foi o grande campeão daquele ano. Não pense que ela é uma autora estreante, sua bagagem já conta com cinco livro publicados e mais de dez anos de experiência - sem mencionar os textos para revistas como Granta, GQ, Harper's, Paris Review, McSweeney's etc. O enredo de A peculiar tristeza... é muito bom: fala sobre uma menina que "sente o sabor das emoções das pessoas que preparam sua comida".

Achado
Especialistas encontraram um conto do escritor Yasunari Kawabata que estava perdido nos arquivos do jornal da cidade de Fukuoka, no Japão. O conto se chama Utsukushiki! - Magnífico! em tradução literal - e foi publicado em 1927 quando o jovem Kawabata estava prestes a lançar A dançarina de Izu, livro que o tornou conhecido no mundo todo. Ele foi o primeiro escritor japonês a ganhar o prêmio Nobel de Literatura.

*Imagem: divulgação.

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quinta-feira, 9 de maio de 2013

COPA DE LITERATURA BRASILEIRA 2013


Reúna seus amigos e familiares porque nesse ano teremos a quinta edição da Copa de Literatura Brasileira. Eu, você e todos nós estávamos com saudades e aguardávamos ansiosos por qualquer informação que fosse da competição mais divertida das letras nacionais.

A notícia apareceu numa notinha do Jornal Rascunho e o anúncio oficial dos organizadores - os três veteranos Lucas Murtinho, Lu Thomé e Raphael Dyxklay - deve acontecer em breve no site da Copa. Por enquanto, eles estão reunidos num lugar secreto para colocar o campeonato em funcionamento e prometem algumas novidades e surpresas. Uma delas será uma repescagem em que livros eliminados na primeira rodada de avaliações terão outra chance de voltar a competição.

Na disputa para chegar até a final e levar o título de campeão estão 16 livros de autores brasileiros que foram publicados entre 2011 e 2012. A seleção final foi feita pelos organizadores e por 23 jurados através de uma votação.

Consegui apurar com exclusividade que um dos jurados dessa edição é o escritor mexicano Juan Pablo Villalobos - que mora em Campinas desde 2003 e fala um português impecável (tanto que está traduzindo o livro de um brasileiro para o espanhol). Ele é autor do romance Festa no covil, publicado pela Companhia das Letras. A trama do garoto que testemunha a questão do tráfico de drogas no México já foi traduzida para 14 idiomas, recebeu muitos elogios da crítica internacional e vai ganhar uma adaptação para o cinema. Em setembro, Companhia deve lançar outro livro dele Se vivêssemes num lugar normal. Pensa que acabou? No momento, Villalobos está preparando um terceiro livro e, entre uma coisa e outra, participa de debates, escreve para várias revistas, jornais e blogs.

A Copa deve começar no segundo semestre. Prepare-se!

*Imagem: montagem a partir de reproduções do Google e site da Copa.
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quarta-feira, 8 de maio de 2013

PYNCHON EM PÚBLICO 2013



Hoje é dia de comemorar mundialmente a figura de Thomas Pynchon - o escritor mais recluso dos Estados Unidos (lugar que ele ocupa solitariamente desde a morte de J.D. Salinger). Quem inventou a ideia foi o blog Pynchon in Public Day. A celebração já dura oito anos.

Vale colocar no seu blog, Facebook, Twitter, Instagram ou qualquer outra rede social alguma foto, texto ou vídeo com qualquer coisa relacionada a Pynchon e seu universo.

Na foto acima, tem a insígnia W.A.S.T.E. sobre o a cidade de SP e capinhas de todas as edições publicadas no Brasil.

Replicando o lema dos organizadores: "É simples, é inevitável e já começou".

*Foto, concepção e montagem: Rafael R. e Tatiana Mello.
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segunda-feira, 6 de maio de 2013

LIVRO POPULAR QUE NEM QUEM?



Outro dia, comentando sobre a figura do jogador Neymar como divulgador dos sucessos musicais brasileiros, coloquei no ar a seguinte pergunta: seria ele capaz de repetir a mesma façanha caso o produto fosse um livro? Em tom de brincadeira, recomendei que ele aparecesse com um exemplar de Os sertões, de Euclides da Cunha.

De fato, não temos como comparar dois campos da cultura tão distintos como a música (me refiro a música popular ou a canção popular como alguns preferem) e o livro. Enquanto o primeiro é uma experiência corporal, imediata e coletiva; o segundo demanda concentração, esforço intelectual e uma quase solidão. 

A música conta com a facilidade de penetrar mais facilmente na vida das pessoas através da TV, do rádio e da internet com os downloads e compartilhamentos em redes sociais. Como produto cultural, um disco não consome muito tempo. A gente pode colocar ele para tocar e seguir com as nossas tarefas do cotidiano - o famoso fundo musical. Você pode tomar contato com uma música que nunca ouviu até quando anda na rua.

Até a chegada da internet e dos leitores digitais, o livro não contava com nenhum meio de divulgação que não fosse o jornal e a revista - impressos. A coisa mais difícil do mundo era ouvir uma propagando no rádio ou na TV. Aos poucos a coisa está mudando, mas não vejo como dispensar dessa relação de consumo a vontade do leitor. Por mais que a gente faça propaganda, ele precisa se aproximar do livro, mexer, comprar e embarcar nas redes daquela história. Do contrário não tem livro e nem leitura.

Portanto, por mais que o Neymar ajude na divulgação, não temos como saltar essa outra parte do trabalho que compete ao leitor.

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Uma boa maneira de medir esse retorno, seria ficar de olho nas dicas de leitura que estão ficando famosas nos programas de TV.

Outro dia, vi a cantora Ivete Sangalo dizendo no Esquenta!, da Regina Casé que seu livro de cabeceira é Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marques. Será que as vendas desse livro aumentaram?

Aliás, o Esquenta! tem uma biblioteca recebe doações dos seus convidados. Por exemplo, a atriz Dira Paes doou Chove nos campos de Cachoeira, de Dalcídio Jurandir; o guitarrista Dado Villa Lobos doou A montanha mágica, de Thomas Mann; a atriz Lilia Cabral doou Dom Casmurro, de Machado de Assis; e o comediante Fábio Porchat doou A revolução dos bichos, de George Orwell.

Você pode consultar o acervo da biblioteca no site do programa. Lá eu descobri também que o Pe Lu (da banda Restart) doou Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. Será que as fãs da banda compraram ou procuraram saber mais coisas sobre livro?

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A apresentadora Ana Maria Braga também abriu um espaço semanal no seu programa batizado de Cantinho da Leitura. Na semana passada, o ator Alexandre Nero recomendou Big Jato, de Xico Sá. 

Pesquisando o assunto na internet, encontrei um blogueira fazendo campanha para que o programa da Ana Maria abraçasse a causa da leitura e fizesse um clube do livro - tal qual o popular book club organizado pela apresentadora Oprah Winfrey (ela já leu William Faulkner e recebeu pessoalmente, autores do calibre de Jonathan Franzen).

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Termino com a mesma pergunta do começo: será que essas ações em conjunto conseguem tornar o livro mais popular?

*Imagem: montagem a partir de frames do programa Esquenta!/reprodução

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

UM NOVO JEITO DE LER NA CAMA



Nesse ano o feriado do Dia do Trabalho caiu bem numa quarta-feira. O que impede qualquer pessoa de emendar o feriado, estrangular um dia da semana e viajar. Para quem quer fugir das filas, lotações e agitos a melhor coisa a fazer é passar o dia na cama o tanto que você aguentar - como um Oblomov ou Bartleby. Melhor ainda se você tiver um bom livro nas mãos.

Foi pensando nisso que o design português Tiago da Fonseca criou uma coleção de colchas para cama chamada "Bedtime Stories". Tal como aparece na foto acima, ela funciona como se fosse um enorme livro de pano, em que você lê a história e vira as páginas. Caso você sinta muito calor, um aviso: as "páginas" podem ser retiradas. Não é incrível?!

Por enquanto, a colcha-livro só vem com o conto de fadas da Bela adormecida, dos irmãos Grimm. Independente disso, a colcha é destinada para cama de adultos e sei de uma porção de gente que está torcendo para sair uma coleção com histórias de Tolstói, por exemplo - imagine quantas "páginas" ou quanto quilos não teria uma colcha com o romance Guerra e paz?

A coleção "Bedtime Stories" está disponível somente por importação e parece que custa aproximadamente £65 + taxas e despesas de frete (confira se o preço vale para compras internacionais).

*Imagem: reprodução.

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