terça-feira, 3 de junho de 2014

NOTAS #47


Capas
A revista New Yorker publicou nessa semana a charmosa edição literária de verão. O tema é "histórias de amor" e a capa foi assinada pelo cartunista Joost Swarte. Uma beleza! Tem um perfil de John Green (ele está bombando!), Miranda July, Joshua Ferris, Colm Tóibín, Tobias Wolff, Chris Ware, Karen Russell, Haruki Murakami e muitas coisas mais. Já a edição de verão da Paris Review tem uma capa toda manual com desenho do artista Raymond Pettibon, da série Real Dogs in Space. Tem ficção inédita de Zadie Smith.

Literatura móvel
Tenho certeza que essa notícia vai empolgar muita gente, mas sinceramente não sei quanto tempo ainda vai levar para que o comportamento seja adotado entre nós. E olha que os brasileiros são muito ligados em tecnologia. Um artigo na revista Salon diz que um terço dos norte-americanos que tem celular preferem ler ebooks nesses aparelhos do que em leitores digitais (iPad, Kindle etc.). Os adeptos dizem que ambos tem características semelhantes (armazenam muitos livros, possuem configuração de tamanho da página, luminosidade etc), mas o celular ganha em pontos pela conveniência e praticidade que proporciona. Afinal, não importa onde você vá seu celular estará com você. Geralmente é menor e dispensa a tarefa de carregar mais um aparelho pesado ou mesmo um livro volumoso. O artigo aponta que esse leitor tem por hábito ler trechos dos livros em momentos de "folga" e com intervalos entre um trecho e outro: na espera de uma consulta, no metrô, naquele intervalo do almoço antes de retornar ao trabalho, no trânsito etc. Detalhe: eles vão em busca de clássicos da literatura que estão disponíveis gratuitamente para download ao invés de ler obras que exijam muita concentração e releitura - tais como Charles Dickens e Jane Austen. A tese faz bastante sentido. A questão é que esse leitor já tem o hábito de ler. Resta saber se conseguimos chamar "novos" leitores concorrendo com redes sociais, Netflix e mensagens instantaneas que também está no celular ao alcance dos dedos.

Lojinha 1
A escritora Hilda Hilst ganhou uma lojinha na internet: Obscena Lucidez. Lá é possível adquirir quinquilharias (do tipo, porta copo e capa para celular), camisetas, caderninhos, pôsteres, agendas e até livros da escritora. A lojinha tem parceria com o Instituto Hilda Hilst e o dinheiro obtida com as vendas vai para as despesas da Casa do Sol, onde fica o instituto.


Lojinha 2
O pessoal da revista Electric Literature chamou o ilustrador Matt McCann para criar uma linha de baralho especial com caricaturas de escritores famosos. Tem  Virginia Woolf, Franz Kafka, Marcel Proust e mais uma turma da pesada. Custa $10 doláres e está à venda no site da revista.

Folhetim
O SESC convidou o escritor Ricardo Lísias para escrever uma espécie de folhetim chamado “A casa do avô”. Faz parte de uma iniciativa do SESC que vai promover uma série de atividades culturais num casarão no Ipiranga enquanto o prédio da unidade naquele bairro está passando por uma reforma. No total, o folhetim terá 15 capítulos com publicação diária - até agora, nove capítulos já estão disponíveis. A história gira em torno de um garoto chamado Ricardo que narra as lembranças da casa do avô onde passou grande parte da infância e adolescência e aprendeu muitas coisas sobre a vida. Lísias usa dois procedimentos que apareceram em sua obra mais recente: algumas fotografias pessoais que ilustram os trechos da narrativa e ruptura das fronteiras entre personagem e narrador. É interessante observar como o texto se comporta dividido em pequenos trechos sobretudo porque a memória do garoto é fragmentada. Lísias poderia tomar partido do formato para experimentar mais os limites e quem sabe tentar uma narrativa seriada desse tipo no twitter, no facebook ou num aplicativo que permite leitura serial no celular. Quem sabe? 


Dinheiro novo
As notas de dólar jamais mudaram e desde que foram criadas estampam os rostos dos principais presentes norte-americanos. Mas como os cartões de crédito e débito estão roubando o lugar das notas e, no futuro, o dinheiro poderá ser uma peça de museu, o ilustrador Shannon May aceitou o convite de um site para criar notas que homenageiam escritores. Acima Herman Melville. Mais aqui.

*Imagens: reprodução.
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